Minancora

Sabe a pomadinha que hoje em dia ninguém mais conhece, mas que foi parte da infância de muita gente? Que servia para picada de inseto, acne, arranhão e tudo mais que aparecesse?

Ela era uma empresa familiar e quem estava à frente do negócio era a bisneta do fundador.

E que aventura foi a Minancora! Começo dizendo que fui contratada para substituir uma coordenadora comercial. Além da função, propriamente, meu desafio era demitir toda equipe, substituindo todos os funcionários por novas contratações. Já fui a líder odiada por um ou dois colaboradores. Mas lá, eu era a visão do diabo: uma mulher, solteira, forasteira, ex multinacional, que ia demitir todo mundo. 

Missão dada, missão cumprida. Dois anos e meio depois, tínhamos uma equipe menor, mais produtiva e mais madura. 

Mas perai, que temos fun facts sobre essa época. 

Primeiro que a casa onde a empresa funcionava: tinha mais de 100 anos, chão de madeira que rangia ao andar, várias passagens secretas, um sótão entulhado de coisas antigas e com histórias bem macabras.  Assombrada, obviamente. Eu mesma presenciei muitos barulhos estranhos no horário de trabalho mais insalubre que já tive: a ceo da empresa trabalhava das 14:00 às 5:00 da manhã. Então, nossas reuniões normalmente começavam às 23:00 horas e terminavam depois de umas duas ou três horas horas de conversa. Lembrem-se que minha equipe entrava as 8:00 da manhã e, se eu não estava NA sala, eu era o ASSUNTO da sala.

Por último, na famosa festa de final do ano, a Vovó, uma senhorinha centenária, com seu blush cor de rosa, se sentava numa cadeira e entregava, individualmente, sua participação nos resultados.

Me fala se eu não sou experiente?

 

GREEN BUDDY

Eu sou mãe de cachorros. Dessas que fazem tudo para que a vida dos nossos peludos seja boa e saudável. Dai que fui parar como sócia e investidora de uma startup que fazia comida natural, numa dieta humana, muito legal.

Foram meses interessantes, uma experiência riquíssima, mas que terminou quando eu e o fundador, uma pessoa que respeito muito até hoje, decidimos que não estávamos na mesma velocidade.

E está tudo bem com isso. Como eu disse, vôos curtos também nos ensinam a voar!

 

LIVRE DE ASSÉDIO

Pensei muito se valia escrever sobre esse período da minha vida profissional e decidi que sim, esse tempo também merece ser reconhecido. Diferente de tudo que vivi nas minhas experiências empreendedoras, essa foi a maior decepção que já tive com um negócio e acho que isso já diz muito.

A história é a seguinte: depois de meses de sociedade, fui convidada para participar do Mulheres no Comando, uma docusérie sobre empreendedoras, como consultora financeira. A fundadora da Livre de Assédio sinalizou que via conflito de interesses em ser sócia dela e participar do programa. Como eu já tinha gravado minha participação e não havíamos assinado um MoU, eu teria que partir para um litígio a fim de preservar meus direitos de sócia. Não valeria a pena, porque o valuation de uma empresa é uma avaliação do potencial futuro da escala do negócio e negócios escaláveis precisam de mentes abertas.